sexta-feira, 15 de agosto de 2008

what you see is not what you get.

Somos um conjunto de fatos não-longíquos; retalhos coloridos de cortina.Momentos únicos, mas não sucetivos. Como uma reta: milhares de pontos. E ponto nenhum se repete numa mesma reta. Assim como o sol não é o mesmo do outro dia e não é o mesmo do outro lado do mundo. Eu não sou a mesma a cada dia que acordo, também não sou a mesma pra todos. Sou um pedaço de muitas coisas, estou grata; entretanto não me cobres moratória por isso!
Eu, sem óculos, vejo as imagens como nos quadros de Monet. Tomo chá que chamam "preto" e há quem o chame "vermelho". Adoro arroz sem tempero. Repugno maracujá. Dentre inúmeras atitudes, não sou sensível às emoções passionais de perdas, não sofro pelas partidas alheias. As pessoas se despedaçam, sendo que algo(uns) pedaço(s) delas fica(m) é inerente à ascensão de cada qual. Acho que cada pessoa completa seu ciclo para o outro, e, assim, vice-versa.
Estamos constantemente mudando. Embora certas figuras quedam-se eternamente relacionadas em nossas idéias, não podemos obrigar que aquelas sejam estritamente assim. O mundo real é real. O mundo das idéias são cartas com remetentes anônimos. Estes que houveram em certa época e agora são unicamente ideais. (Re)torná-las concretas não é tão simples como construir castelos de areias [não que isto seja muito fácil]; pensamentos são esboços de idéias e modelos de argila não são humanos.
Toda essa possessividade desesperadora de agarrar alguém para maquiar uma possível despedida é mais dolorida que um "adeus", e, sem dúvida, custa mais caro. Nem todos os eufemismos têm os mesmos nomes.