quarta-feira, 11 de junho de 2008

Temores


Nessa semana, apesar de ela existir há pouco, eu percebi que existem milhares de empecilhos pra se decidir um futuro, ou um projeto de um esboço futurístico. Ao cogitar um curso por, pelo menos, quatro anos em diante, não significa existir; entretanto simboliza muita maturidade e uma forte formação da sua personalidade. Então eu não existo agora. Há, enquanto universitários, milhares de prazos a serem cumpridos, não é irônico simplesmente terminar esses esforços acadêmicos e não se prezar ao que realmente interessa? Eu não me situo mais como uma acadêmica de Letras, nem como vestibulando. Sou um "meio-termo" do mundo contemporâneo, e em péssima escala para Aristóteles. Não acho que devo continuar me dedicando a algo que não me representa mais, em contra partida; será mesmo isso que eu quero: um curso de jovezinhos, futuros empreendedores midiáticos?
Ocorrem muitas ocasiões dialéticas no meu tempo histórico de vida; é claro que também em milhares de outras pessoas no mundo todo, mas como eu sou egocêntrica, prefiro olhar primeiro sempre pro meu umbigo. Eu amo ter um cotidiano letrado, todavia existe outra realidade no meu cenário; moro num país em que os investimentos para as obras intelectuais ou expressões culturais não são das maiores, portanto não poderia conciliar prazer com dinheiro. Meu medo maior não é deixar passar três anos de graduação, é não poder ser feliz no que vou trabalhar. Prazer e dinheiro serão as maiores pragmáticas dos jovens pós-modernos? Talvez dos velhos pós-modernos também.
Vislumbrar-me num futuro não tão distante, me deixa apavorada. Tenho medo de me mudar agora, de não conseguir me realizar, de milhares de fatores não me deixarem crescer. Pasmem com a minha insegurança! A impossível transferência não me chateou tanto quanto pesar um custo-benefício de abandonar e manter-me em uma universidade particular, além disso vem outras indagações: qual universidade? São Paulo tem milhares...
Com essa idade ainda me choco com a minha mente, porque, não obstante ter que terminar os trabalhos da graduação, preciso me esforçar para decidir o curso, o lugar e perseguir as datas desses itens anteriores. Ah, sim. Meu último e constante pavor é a família, que raios, não? Não sei...cada um tem uma visão da carga; eu tenho receios de trazer um desorgulho ou uma pontada (por singela que seja) de insucesso. [pra quem não sabe: numa família chinesa; a mãe é responsável pela futuro promissor dos filhos]. Não sei quão ruim pode ser pra eles, de qualquer modo é uma relevância. Essa busca pelo perfeito, talvez, possa ser culpa ou herança (chame como quiser) da educação aflorada a um longo prazo. Que solução!

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